Insisto. IPEA. Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. O menor discurso epistemológico invalida a pesquisa. Perguntaram aos cidadãos brasileiros. Uma pergunta, como eu disse antes, que já continha completamente a resposta.
Pergunta incabível. A resposta nela contida não tinha nenhuma base científica. Afirmar “mulheres com menos roupas são vítimas preferenciais de estupro”, um absurdo inadmissível.
Repito, o estupro é o ato do estuprador. O estuprador tem uma estrutura pática, patológica. Em psicanálise, Síndrome Perversa, cujas causas estão plantadas na estrutura do Sujeito do Inconsciente. O estupro não é algo que um homem normal consiga fazer. O estupro, como ato cruel e criminal, não depende da vontade do estuprador. É uma compulsão patológica incontrolável, manejada pelo Outro. Produto óbvio do inconsciente mal estruturado na infância.
O estupro não tem nada a ver com características internas ou externas da vítima. Como o absurdo, segundo o IPEA, de estar com roupas mínimas.
O estupro pode ser prevenido com uma estruturação adequada do sujeito da criança na primeira infância. A estrutura inconsciente bem estruturada confirma-se na adolescência.
Uma política nacional para a primeira infância, com base nos conhecimentos teóricos da psicanálise. Seria o método eficaz de prevenir a Síndrome Perversa, a Neurose e a Psicose.
Enquanto esta política não chega, não há outra solução. Proteger as mulheres brasileiras com apenação de quem praticou esse grave dolo. Mas também, poderiam ser abordados pela psicoterapia.
Antes de concluir, quero lembrar que a pesquisa foi uma grande dor psíquica para o Brasil. Um certo número de brasileiros foi interrogado. Enfiaram-lhes goela abaixo uma resposta ilegível. Até a aritmética da pesquisa foi nomeada como “vergonhosa” pela mídia.
Vamos ter mais cuidado no manejo do conhecimento, em benefício do próximo.
Psicanalista Dr. Campos
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